Há algum tempo um visitante do blog (Lucas Rangel) nos mandou uma imagem de um pingente pedindo para procurarmos sobre o significado se um símbolo presente neste. Quando vi achei que lembrava a Flor de Lótus, e depois de pesquisar descobri que o símbolo que mais se aproximava da imagem era o da Flor de Lótus mesmo, apesar de ter algumas diferenças nos detalhes. Então sem mais delongas vou descorrer um pouco sobre este símbolo:
A Flor de Lótus tem como seu significado básico a pureza, o crescimento e a vitória, de uma flor que mesmo nascendo em meio à lama consegue superar as barreiras e florescer lindamente, sendo uma lição para os humanos. Essa flor quando branca é uma alusão específica à pureza, tendo significados ligados à perfeição da alma. É um símbolo de raízes budistas. O próprio Buda é muitas vezes representado sentado em uma (ou várias) flores de lótus, pois existe uma crença dessa religião que diz que o coração das pessoas é como uma flor de lótus fechada que só poderá desabrochar ao sentir o toque das mãos do Buda. No Japão a veneração à esta flor é tão grande que o povo costuma ir na primavera aos lagos onde brotam elas para assistir os botões se transformando em flores propriamente ditas. Outro fato importante é que os chacras humanos são representados como flores de lótus, cada cor possuindo seu significado e a quantidade de pétalas expressando sua função.
Apesar de suas raízes estarem nas profundezas da escuridão, sua cabeça está erguida e voltada para a luz. O Lótus é a síntese viva do mais profundo e do mais elevado, da escuridão e da luz, do material e do imaterial, das limitações da individualidade e da universalidade ilimitada, do formado e do sem forma, do Samsara e do Nirvana, de basicamente de todos os opostos.
A Flor de Lótus é associada ao ser humano quando da mesma forma que esta sai do fundo da lama para o calor do brilho do sol, o espírito humano sai das profundezas da cegante ignorância para a luz da sapiência.
A seguir está a lenda desta flor:
"Certo dia, à margem de um tranqüilo lago solitário, a cuja margem se erguiam frondosas árvores com perfumosas flores de mil cores, e coalhadas de ninhos onde aves canoras chilreavam, encontraram-se quatro elementos irmãos: o fogo, o ar, a água e a terra. - Quanto tempo sem nos vermos em nossa nudez primitiva - disse o fogo cheio de entusiasmo, como é de sua natureza. É verdade - disse o ar. - É um destino bem curioso o nosso. À custa de tanto nos prestarmos para construir formas e mais formas, tornamo-nos escravos de nossa obra e perdemos nossa liberdade. - Não te queixes - disse a água -, pois estamos obedecendo à Lei, e é um Divino Prazer servir à Criação. Por outro lado, não perdemos nossa liberdade; tu corres de um lado para outro, à tua vontade; o irmão fogo, entra e sai por toda parte servindo a vida e a morte. Eu faço o mesmo. - Em todo o caso, sou eu quem deveria me queixar - disse a terra - pois estou sempre imóvel, e mesmo sem minha vontade, dou voltas e mais voltas, sem descansar no mesmo espaço. - Não entristeçais minha felicidade ao ver-nos - tornou a dizer o fogo - com discussões supérfluas. É melhor festejarmos estes momentos em que nos encontrarmos fora da forma. Regozijemo-nos à sombra destas árvores e à margem deste lago formado pela nossa união. Todos o aplaudiram e se entregaram ao mais feliz companheirismo. Cada um contou o que havia feito durante sua longa ausência, as maravilhas que tinham construído e destruído. Cada um se orgulhou de se haver prestado para que a Vida se manifestasse através de formas sempre mais belas e mais perfeitas. E mais se regozijaram, pensando na multidão de vezes que se uniram fragmentariamente para o seu trabalho. Em meio de tão grande alegria, existia uma nuvem: o homem. Ah! como ele era ingrato. Haviam-no construído com seus mais perfeitos e puros materiais, e o homem abusava deles, perdendo-os. Tiveram desejo de retirar sua cooperação e privá-lo de realizar suas experiências no plano físico. Porém a nuvem dissipou-se e a alegria voltou a reinar entre os quatro irmãos. Aproximando-se o momento de se separarem, pensaram em deixar uma recordação que perpetuasse através das idades a felicidade de seu encontro. Resolveram criar alguma coisa especial que, composta de fragmentos de cada um deles harmonicamente combinados, fosse também a expressão de suas diferenças e independência, e servisse de símbolo e exemplo para o homem. Houve muitos projetos que foram abandonados por serem incompletos e insuficientes. Por fim, refletindo-se no lago, os quatro disseram: - E se construíssemos uma planta cujas raízes estivessem no fundo do lago, a haste na água e as folhas e flores fora dela? - A idéia pareceu digna de experiência. Eu porei as melhores forças de minhas entranhas - disse a terra - e alimentarei suas raízes. - Eu porei as melhores linfas de meus seios - disse a água - e farei crescer sua haste. - Eu porei minhas melhores brisas - disse o ar - e tonificarei a planta. - Eu porei todo o rneu calor - disse o fogo - para dar às suas corolas as mais formosas cores. Dito e feito. Os quatro irmãos começaram a sua obra. Fibra sobre fibra foram construídas as raízes, a haste, as folhas e as flores. O sol abençoou-a e a planta deu entrada na flora regional, saudada como rainha. Quando os quatro elementos se separaram, a Flor de Lótus brilhava no lago em sua beleza imaculada, e servia para o homem como símbolo da pureza e perfeição humana. Consultaram-se os astros, e foi fixada a data de 8 de maio - quando a Terra está sob a influência da Constelação de Taurus, símbolo do Poder Criador - para a comemoração que desde épocas remotas se tem perpetuado através das idades. Foi espalhada esta comemoração por todos os países do Ocidente, e, em 1948, o dia 8 de Maio se tomou também o 'Dia da Paz'."
Espero que este seja seu símbolo Lucas!
P.S. Se alguém achar algum outro símbolo mais parecido avise nos comentários.
- Sarah M. Fletcher
Fonte da lenda
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